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Luz sobre o conhecimento na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

Interação com o público marcou as atividades do Instituto durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2015, que teve centenas de visitantes

Você já ouviu falar em luminescência? Refração ou difração são palavras comuns no seu dia-a-dia? Estas são propriedades da luz, tema central da 12ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2015), iniciativa promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em todo o país. Para apresentar estas e outras curiosidades do mundo da ciência, profissionais e estudantes do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) deixaram as bancadas dos laboratórios para promover uma série de atividades gratuitas dedicadas ao público no campus da Fiocruz, no Rio de Janeiro, entre os dias 20 e 23 de outubro. Da microscopia às características dos insetos, da respiração humana à apreciação das borboletas, a SNCT 2015 foi recheada de oportunidades de aprendizado e – por que não? – de diversão.

Gutemberg Brito

A interatividade com o público marcou a participação do Instituto na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2015


Objeto de uso cotidiano dos cientistas, os microscópios trabalham com uma ferramenta em comum: a luz. A partir deste tema, o estande ‘A luz a serviço da microscopia’, apresentado pelo Laboratório de Patologia, usou os conceitos de luminescência, fluorescência e fosforescência para explicar a relevância destes conhecimentos para o campo da Patologia. “O desenvolvimento da microscopia e das técnicas histológicas – que permitem preparar amostras de tecido para serem observadas no microscópio – possibilitaram um salto científico porque com o uso do microscópio foi possível observar alterações celulares com mais detalhes e estabelecer associações destas alterações com o desenvolvimento de doenças”, explicou o pesquisador Pedro Paulo Manso.

Gutemberg Brito

Na SNCT 2015, temas diversos abordaram a ciência e a vida sob a ótica da luz


Respirar bem é um desafio enfrentado pelas populações das grandes cidades, mas a adoção de hábitos saudáveis pode ajudar no cuidado com os pulmões. Essa foi a mensagem dos pesquisadores do Laboratório de Inflamação, que usaram um modelo inusitado, formado por garrafas plásticas e balões de festa, para mostrar como o sistema respiratório funciona. Com a ajuda de microscópios, os visitantes puderam comprovar as diferenças entre um pulmão saudável e o órgão afetado pela silicose, doença que geralmente atinge trabalhadores da mineração e da indústria de cerâmica. Atenta às explicações, a estudante do 3º ano do Ensino Médio Adriane Santos de Almeida conta que pensa em seguir carreira na área de Biologia. “Eu gosto muito da ciência voltada para o meio ambiente com foco nos animais e nas plantas, todos esses assuntos me despertaram muita atenção. Eu não sabia o que era silicose, por exemplo. Aqui é um espaço para aprender e, mais que isso, é uma lição a ser passada adiante”, destacou a aluna do Colégio Deputado Pedro Fernandes, do bairro Jardim América, Zona Norte do Rio.

Lucas Rocha

Prestes a terminar o Ensino Médio, Adriane pretende seguir a carreira na área de Biologia


Oferecida pelo Laboratório de Estudos Integrados em Protozoologia, a atividade ‘Microbiologia lúdica’ reuniu diferentes micro-organismos, de bactérias a algas, que surpreenderam os visitantes ao serem visualizadas em microscópio. Os pesquisadores explicaram como bactérias podem estar presentes em lugares muito distintos, como solas de sapatos, no piso do banheiro e até em um simples clipe de papel.

O projeto científico ‘Eliminar a Dengue: Desafio Brasil’, que estuda o uso da bactéria Wolbachia como forma de reduzir a transmissão do vírus da dengue pelo mosquito Aedes aegypti, também fez parte da programação. Além de apresentar as atividades do projeto no Brasil, a equipe mostrou curiosidades do comportamento do mosquito, como, por exemplo, a razão pela qual as pupas e larvas evitam a presença da luz – a chamada fotofobia. Outro espaço dedicado ao Aedes aegypti, o estande ‘Luz, temperatura e ação: conhecendo os mosquitos de perto’, organizado pelo Laboratório de Biologia Molecular de Insetos, apresentou as quatro fases de vida do mosquito transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. Os especialistas explicaram que, de ovo a adulto, o mosquito passa pelas fases de larva e pupa, em um processo que pode ser acelerado com a temperatura: quanto mais quente o ambiente, mais rápido é o seu desenvolvimento, que leva, em média, cerca de sete dias.

Gutemberg Brito

O teste com a lanterna permitiu entender como as larvas do mosquito Aedes aegypti fogem da luz


Populares por uma picada que provoca coceira intensa, os mosquitos conhecidos como ‘borrachudos’ podem transmitir uma doença chamada oncocercose, que, no Brasil, é restrita a uma localidade de Roraima. Na atividade ‘Conhecendo os Borrachudos’, a equipe do Laboratório de Simulídeos, Oncorcecose e Infecções Simpátricas: Mansonelose e Malária apresentou características como o desenvolvimento em rios e o hábito diurno, que diferenciam este inseto de outros mosquitos que também picam o homem.

O estande ‘Olho vivo no barbeiro: sua luz pela ciência e vida’, apresentado pelo Laboratório Interdisciplinar de Vigilância Entomológica em Díptera e Hemíptera, apresentou a biologia e o comportamento dos insetos triatomíneos, conhecidos popularmente com barbeiros, agentes transmissores da doença de Chagas. Para mostrar o ambiente propício à infestação por estes insetos, os especialistas apresentaram réplicas de casas de taipa e alvenaria, além de fotografias produzidas durante trabalhos científicos em campo.

Gutemberg Brito

As réplicas de moradias ajudam a mostrar onde o barbeiro prefere se esconder


O tema da doença de Chagas também foi colocado em pauta em oficinas e mostra de vídeos desenvolvidas pelo Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos. Com a presença de pacientes, familiares, pesquisadores e especialistas, uma mesa-redonda teve como tema central a criação de uma Associação das Pessoas Afetadas pela Doença de Chagas no Rio de Janeiro. Já a exposição ‘Falamos de Chagas’, iniciada durante a SNCT 2015, apresenta a produção artística de pacientes sobre sua vivência cotidiana com o agravo, além de peças históricas relacionadas à doença, que foi descoberta pelo brasileiro Carlos Chagas há mais de um século. A visitação é gratuita e pode ser feita até 20 de novembro, das 9h às 16h30, na Biblioteca de Manguinhos (Av. Brasil, 4.365 – Manguinhos – Rio de Janeiro – RJ).


Gutemberg Brito

Ciência e arte nas oficinas sobre doença de Chagas


A SNCT 2015 contou, ainda, com a reabertura do Borboletário Fiocruz, um espaço dedicado à natureza, à vida e à biodiversidade. Ornamentado por plantas e habitado por curiosas espécies de borboletas do continente Americano, o Borboletário Fiocruz, é o único da cidade do Rio de Janeiro. O espaço, que tem 84m², abriga quatro espécies de borboletas: olho-de-coruja (Caligo illioneus), ponto-de-laranja (Anteos menippe), borboleta-brancão (Ascia monuste) e Julia (Dryas julia), que podem ser encontradas em diferentes áreas tropicais do continente americano.

Gutemberg Brito

Espaço abriga cem borboletas de quatro espécies: a Caligo illioneus é conhecida popularmente como olho-de-coruja

Reaberto durante a SNCT 2015, o espaço está aberto de forma permanente para visitação gratuita. A iniciativa é uma parceria entre o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e o Museu da Vida, da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). Clique aqui para saber mais.

Lucas Rocha
23/10/2015
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